sexta-feira, 11 de setembro de 2009

As idéias são como as flores do campo fazendo arabescos no ar

“A desobediência é uma virtude necessária à criatividade”. Raul Seixas

Depois da espera de um ano e meio, iniciarei o tão sonhado e esperado projeto, o dia parece durar tão pouco, mas a idéia de que não estou maduro para o momento permanece na cabeça.
Creio que pode passar dez anos estudando e aprendendo que esta sensação permaneceria da mesma forma.
Um barbante ilusoriamente ata a garganta, todas as formas da natureza ganha nova vida, os prédios cores novas, a pessoa escala própria o espaço começa a surgir, o primeiro programa de necessidades o primeiro organograma e fluxograma a primeira forma enfim novas descobertas.
Sinto que meus primeiros balbucios “arquitetônicos” (se assim tenho a permissão de falar) reverberam no espaço.
Parece que fazer plantas, cortes e elevação vai ser mais gratificante, que o lápis ao deslizar no sufurize dará possíveis perspectivas do que minha mente pensa isto é o desenho (fascinante pois ao riscar no papel existe uma conexão do que penso com o que “croquiso” e desta maneira minhas idéias ganha possível materialidade ).


“Nossas cabeças são redondas para que os pensamentos possam mudar de direção” Francis Picabia.

terça-feira, 25 de agosto de 2009




AQUARELA

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)...

Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes / G.Morra / M.Fabrizio

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Homenagem à Raul Seixas



Enquanto você
Se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual...

Eu do meu lado
Aprendendo a ser louco
Maluco total
Na loucura real...

Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez...

Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza...

E esse caminho
Que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
Por não ter onde ir...

Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez
Eeeeeeeeuu!...
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez

Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com toda certeza
Maluco, maluco beleza...

(Composição: Claudio Roberto/Raul Seixas)


"Ninguém morre. As pessoas despertam do sonho da vida"
Raul Seixas


terça-feira, 11 de agosto de 2009

(Foto: Josoé de Carvalho)

Ontem foi meu aniversário, aguardei ansiosamente quatro parabenizasses, porém uma delas falhou me deixando chateado, angustiado e com muitas saudades ao mesmo tempo.
Passei o dia olhando na caixa do correio confiscando o telefone e a "caixinha de recados virtual" e nada, pensei por alguns instantes que fosse uma brincadeira (já que desta vez não tinha sido a primeira a desejar felicidades querendo assim ser a ultima), mas certamente não ocorreu isso.
Peguei todas as antigas cartas e reli (coisa que eu só fazia quando a saudade apertava), mas desta vez o ritual foi diferenciado, resolvi abrir as cartas que eu havia escrito e não as enviado, notei que sempre começava dizendo o quanto ela é importante para mim e terminava assim:

Saudosamente me despeço- "Nunca se esqueça de seus verdadeiros amigos"

[...]

Certamente não sei explicar o que eu sinto.







Não quero ver a árvore que sela a nossa amizade, pois desta vez ela deve estar com as flores caindo e com os galhos acinzentados.
Quero apesar de difícil manter a imagem na mente de uma linda árvore frondosa e cheia de flores.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vermelhidão



Os primeiros raios do dia passam timidamente pela fresta da janela. Eles me despertam, abro os olhos e passo minha mão nos cabelos.
Não penso em nada tudo é muito mecânico, deslizo minhas mãos no criado do mudo até encontrar meu óculos, sento-me na cama, meus pés tocam suavemente na cerâmica gela, tudo esta preto e branco.
O gosto amargo da pasta propaga lentamente na língua enquanto o espelho reflete luz e sombra, vagarosamente percebo que a assimetria esta presente em minha face minhas mãos mais uma vez percorrem meus cabelos tentando organizá-los.
Nenhuma cor ainda foi registrada pelos meus olhos, a sinestesia começa a me possuir o som do café, o aroma da solidão (Meus olhos me dizem que não há ninguém em casa).
Uma xícara vermelha caminha até meus lábios, o óculos rapidamente embaça informando esta quente, sopro, degusto cada gole. Abro a porta da cozinha e ponho-me a sentar no chão.
Meus pensamentos andam a milhão.

Estresse e falta de sensação começa a me atordoar, tudo parece tão sem graça, telefone começa a tocar, o horário começa a me controlar, ondas sonoras percorrem desordenadamente pelo espaço. Caos é o que afeta a vida alheia

Vagarosamente cerro meus olhos e chego à seguinte conclusão: "Se o mundo é isto que vejo, toco e categorizo, prefiro viver no mundinho criado pela minha imaginação".
Onde nada utópico, pois cada um é aquilo que escolheu ser.

sexta-feira, 24 de julho de 2009



O RITMO DA CHUVA

Olho para a chuva que não quer cessar
Nela vejo meu amor
Essa chuva ingrata que não vai parar
Pra aliviar minha dor

Eu sei que o meu amor pra muito longe foi
Numa chuva que caiu
Oh gente por favor pra ela vá contar
Que o meu coração se partiu

Chuva traga o meu benzinho
Pois preciso de carinho
Diga a ela pra não me deixar triste assim
O ritmo dos pingos ao cair no chão
Só me deixa relembrar
Tomara que eu não fique a esperar em vão
Por ela que me faz chorar

*Assovio*
Uuuuhhh Uuuhhhh Aaah Ahhhh
Uuuuhhh Uuuhhhh Aaah Ahhhh

Chuva traga o meu benzinho
Pois preciso de carinho
Diga a ela pra não me deixar triste assim
O ritmo dos pingos ao cair no chão
Só me deixa relembrar
Tomara que eu não fique a esperar em vão
Por ela que me faz chorar

Oh chuva traga o meu amor
Chove chuva traga o meu amor Uooouh
Oh chuva traga o meu amor
Chove chuva traga o meu amor Uuuuh

sábado, 18 de julho de 2009

Pilar da Catedral da Sé sendo tocado pelas cores do mosaico.


Ao chegar à igreja oponente, você fica surpreendido com a qualidade da ornamentação externa, depois da contemplação oferecida do adro flanqueado pelas palmeiras imperiais, o observador é convidado a entrar em um “hall” escuro (fazendo com que abstraia a luz que lá fora o afetara) e ao ingressar na nave central é surpreendido com uma luminosidade de cunho religioso e “purificador”.

quarta-feira, 15 de julho de 2009


E agora parece que meio ano já esta indo (e fico com idéia de que poderia ter aproveitado ainda ainda mais). Estafo é certamente a melhor palavra pra poder expressar o que estou sentindo no momento, porém o que me motiva é que faltam apenas dois dias para começar as FÉRIAS.
É como retirar os sapatos e ir tomar um banho para posteriormente dormir, depois de duas semanas os colocarei para uma nova jornada.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

"Todos os sonhos barrocos deslizando pela pedra" -Cecília Meirelles


A atmosfera de Ouro Preto nos induz a pensar que o tempo está estático, onde a história, a religião e a boemia imperam pelas ruelas e ladeiras. Este cenario é montado pelos tons cerâmicos dos telhados, fachadas brancas com cores primárias e ladeiras de pedras polidas pelo tempo.

Urbanistas Arquitetos

(Croqui para o Memorial da América Latina, em São Paulo - Niemeyer)

Urbanismo e Arquitetura certamente não resumem em desenhos, os profissionais usam esta como ferramenta principal para poder representar o que pensam. A prova maior disto é que diversos arquitetos dominam distintos campos do conhecimento (sejam eles musica, poesia, dança, ciência...) e aproveitam de tal domínio para transformar estas áreas em Architecture.
Analisar e estudar o comportamento humano, usar de forma racional a incidência solar, permitir maior conforto aos usuários de uma edificação e aproveitar ou negar a vegetação natural, foram e são algumas das habilidades de grandes arquitetos. Porém não são apenas tais funções que os profissionais atuaram.
Fazer com que construções tornem pontos de referências emblemáticos e permitir que edificações não sejam efêmeras, parece ser o dom dos Urbanistas Arquitetos e a preocupação com a sociedade sempre está presente nas obras . Polemica e criticas fazem parte do cotidiano de tais profissionais, pois querer mostrar a contemporaneidade é tão importante quanto à historicidade é um dos papeis fundamentais dos "Urbanistas".