sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vermelhidão



Os primeiros raios do dia passam timidamente pela fresta da janela. Eles me despertam, abro os olhos e passo minha mão nos cabelos.
Não penso em nada tudo é muito mecânico, deslizo minhas mãos no criado do mudo até encontrar meu óculos, sento-me na cama, meus pés tocam suavemente na cerâmica gela, tudo esta preto e branco.
O gosto amargo da pasta propaga lentamente na língua enquanto o espelho reflete luz e sombra, vagarosamente percebo que a assimetria esta presente em minha face minhas mãos mais uma vez percorrem meus cabelos tentando organizá-los.
Nenhuma cor ainda foi registrada pelos meus olhos, a sinestesia começa a me possuir o som do café, o aroma da solidão (Meus olhos me dizem que não há ninguém em casa).
Uma xícara vermelha caminha até meus lábios, o óculos rapidamente embaça informando esta quente, sopro, degusto cada gole. Abro a porta da cozinha e ponho-me a sentar no chão.
Meus pensamentos andam a milhão.

Estresse e falta de sensação começa a me atordoar, tudo parece tão sem graça, telefone começa a tocar, o horário começa a me controlar, ondas sonoras percorrem desordenadamente pelo espaço. Caos é o que afeta a vida alheia

Vagarosamente cerro meus olhos e chego à seguinte conclusão: "Se o mundo é isto que vejo, toco e categorizo, prefiro viver no mundinho criado pela minha imaginação".
Onde nada utópico, pois cada um é aquilo que escolheu ser.

Um comentário:

Anônimo disse...

'Nenhuma cor ainda foi registrada pelos meus olhos, a sinestesia começa a me possuir o som do café, o aroma da solidão (...)'

QUE LINDO, amei muito!!! :)
espero ver mais textos como este aqui!!!!