domingo, 29 de agosto de 2010

Árvores, risos, areias, sons e marcas roxas




O mistério de quem usava o espaço me afetará. Em alguns poucos segundos, vi o amarelo se alternando com o verde, risos profundamente longos seguidos de flash preto e branco, despertam minhas sensações, fotografias com giz ligeiramente colorindo a ausência de contrastes hoje sépia, que ficam em caixas revestidas de tecido acetinado com temática floral muito mais caro que algumas lembranças, caixa esta que deve estar em algum lugar muito além do mundo real, aliás, aquelas em que sentiam a nuance entre a brisa e o vento fugaz hoje atingem cerca de 40 anos, onde a sensibilidade da vida ficou cravada nas dificuldades, a únicas perspectivas que elas traçam é a de acumular bens e dar aos filhos não mais as marcas roxas na boca geradas pelo picolé aguado, mas sim máquinas que às conectem ao mundo sem limite. Aos que permitiram este devaneio ficam sentados ouvindo o som que reverbera em um espaço iluminado pela janela amarelada pelo tempo, olhando os tapetes trançados com barbantes sobre o chão vermelho intenso que reflete de forma opaca a textura das matas juntas. Som de atualidades me traz ao mundo atual e volto ao foco inicial hoje estes objetos não são mais balanços, eles ficam em um espaço onde não há sustentabilidade do ambiente. E o que devemos fazer: gerar novos projetos que se opõem a esta realidade irreal, ou sonhar com a quimera transeunte dos meus pensamentos?

domingo, 2 de maio de 2010



“Numa tarde de fevereiro, ao cair do dia, nessa hora em que as cores se tornam incomparavelmente brilhantes por ação de contrastes entre as luzes que se atenuam e as sombras que se intensificam, minha atenção foi para a beleza da relação entre as várias gamas de amarelo que estavam na cor de um barranco cortado para dar passagem a uma rua de subúrbio do Rio de Janeiro, a grama queimada pelo Sol e arbustos calcinados.

Extasiado pelo efeito da harmonia dos tons que iam do amarelo puro à coloração da terra de sombra queimada permaneci algum tempo a contemplar essa paisagem. De repente, chegou uma mulher e estendeu no varal três lençóis brancos, precisamente sob meu campo visual, a uns 50 metros de distância.

Em dado momento, os lençóis e alguns papéis brancos que se encontravam no chão pareceram banhados por um violeta intenso, sem que houvesse nenhum elemento dessa cor que pudesse influenciá-los, nem nas proximidades, nem na atmosfera, pois o azul do céu era límpido.

Tive naquele instante a imediata intuição de que se tratava de um fenômeno físico e não de uma ilusão ótica, e se conseguisse reproduzir num quadro as mesmas relações cromáticas, surgiria sobre o fundo branco da tela uma cor inexistente, que não fosse pintada, isto é, quimi-camente sem suporte” Israel Pedrosa

sábado, 17 de abril de 2010




Ontem sai pelo centro de Londrina pra fazer um trabalho de fotos 3D, no caminho encontrei esta intervenção urbana proxima de um ponto de onibus, axei bem interessante.
Não puder perder o momento e acabei batendo inumeras fotos do "Lugar", dentre elas tenho esta que foi editada pra melhor representar o que estava em minha retina naquele momento

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Perdendo as cores.

Quero que entre estas novas postagens, consiga tirar o melado do café, não quero mais este açúcar que aliena as formigas, quero a sutileza do gosto amargo do café, quero o aroma puro, seco e floral.

Porém antes deste novo formato foi escrito um texto, embora tardio é uma conclusão que há ano vem sendo alterada.


Amizades, algumas tem prazo, a confiança em alguns parece ter validade.

A maneira em que este afeto me tocou foi intenso porém perecível, contudo na memória perene. A ponto de ter a certeza que o tempo fará com que as imagens percam suas cores e nitidez, mas nunca seu brilho.

Rever, e dividir abacaxis alterados era a vontade que mais me afetava, queria novamente rir e fazer cachorros quentes e não enxergar as perspectivas do fato, mais me esforcei para poder compreendê-las, hoje sei que a melhor solução é deixar fatos passados equilibrados e não estáticos.

Não quero novamente tentar mexer ou concertar erros, pois pode vir a desabar e viver o que não desejo.

Notei que esta tentativa de rever e reviver só traz fadiga desnecessária, e se tal fato se concretizasse, não teria mais graça muito menos sentido, há feridas que não se podem cicatrizar elas necessitam ficar expostas para que todos optem sem saber a verdade absoluta, verdade esta que não existe.

O que me da raiva não é o que fizemos de errado se sim o que continuamos a fazer.

Não quero mais viver de memórias, quero apenas vagas lembranças.