domingo, 29 de agosto de 2010

Árvores, risos, areias, sons e marcas roxas




O mistério de quem usava o espaço me afetará. Em alguns poucos segundos, vi o amarelo se alternando com o verde, risos profundamente longos seguidos de flash preto e branco, despertam minhas sensações, fotografias com giz ligeiramente colorindo a ausência de contrastes hoje sépia, que ficam em caixas revestidas de tecido acetinado com temática floral muito mais caro que algumas lembranças, caixa esta que deve estar em algum lugar muito além do mundo real, aliás, aquelas em que sentiam a nuance entre a brisa e o vento fugaz hoje atingem cerca de 40 anos, onde a sensibilidade da vida ficou cravada nas dificuldades, a únicas perspectivas que elas traçam é a de acumular bens e dar aos filhos não mais as marcas roxas na boca geradas pelo picolé aguado, mas sim máquinas que às conectem ao mundo sem limite. Aos que permitiram este devaneio ficam sentados ouvindo o som que reverbera em um espaço iluminado pela janela amarelada pelo tempo, olhando os tapetes trançados com barbantes sobre o chão vermelho intenso que reflete de forma opaca a textura das matas juntas. Som de atualidades me traz ao mundo atual e volto ao foco inicial hoje estes objetos não são mais balanços, eles ficam em um espaço onde não há sustentabilidade do ambiente. E o que devemos fazer: gerar novos projetos que se opõem a esta realidade irreal, ou sonhar com a quimera transeunte dos meus pensamentos?

Um comentário:

Desi Dias disse...

Texto lindo, repleto de sensações. sentimentos puros, mostra com palavras as cores e os contrastes que geralmente faltam na nossa vida turbulenta. Onde o que falta, muitas vezes, é apenas parar e admirar o simples. admirar as pistas misteriosas deixadas por aí, nas marcas roxas de picolé que a nostalgia nos faz sentir outra vez.
escreva sempre. Você tem um relação muito interessante com as palavras. Quando leio eu te vejo. :]